Reflexão

Hoje a manhã acordou chorando por mim, chuvosa, fria e sem cor.

Fazia tempo que eu não refletia acerca de quem eu era, ou quem fui, aliás, quem deixei de ser. O fato é que tudo se desmontou, arrastei meu coração no asfalto por tantas vezes, que já o deixei esfolado, sem qualquer ritmo ou esperança, e essa deveria ser a última a morrer. Parece que não resta nada.

Hoje eu acordei com uma vontade de comer mudança no café da manhã, olhando para trás, um mundo que só te viu por ver e não te reconhecer, pessoas que apenas te deram prazer e nem um pouco de afeto sincero e plausível. Andei pelas ruas molhadas, com a garoa grossa e um guarda-chuva nas mãos, cantando canções de Caetano e tentando entender porque é tão difícil reconhecer o erro e aceitar a renúncia.

Na hora do almoço eu devorei objetivos, perspectiva e um pouco de determinação, pra fazer com que tudo seja novo de novo. Todas as coisas tendem a melhorar quando a mudança parte de si mesmo.

Reflito a cada minuto deste dia nublado, o quanto eu quero ser eu, o quanto eu devo ser melhor, ou adaptável, sem seguir regras ou padrões, mesmo que eu queria mudar, nunca foi da minha personalidade seguir um modelo em si.

Já é de noite, e consigo ver o sol surgindo, incrível não? Meu jantar será uma uma canção, sobre um dia que chorou e agora não mais; sorridente ele me diz que tudo pode ser, o passado foi, o presente é, e o futuro será.

G' Porto